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  • O sol piora a cicatriz da cirurgia de tireoide?
    Sim. A cicatriz da cirurgia de tireoide ou de qualquer outra cirurgia concentra moléculas de ferro, que quando em contato com o sol, podem tornar a área de cicatriz escurecida. A preocupação é maior com a cirurgia de tireoide por estar em uma região exposta do corpo, chamando mais a atenção. Além disso, a queimadura solar atrapalha o processo de cicatrização da cirurgia de tireoide, piorando o resultado estético da cicatriz. Portanto, deve-se evitar a exposição da área operada ao sol por um período de 3 meses após a cirurgia. Nesse período já ocorreu mais de 80% do processo de cicatrização e os possíveis hematomas já foram reabsorvidos.
  • Mamografia causa câncer de tireoide?
    O câncer de tireoide tem poucas causas bem definidas. A principal causa comprovada do câncer de tireoide é a radiação. Ou seja, exames que usam radiação para seu funcionamento como raios X e tomografias podem, de certa forma, causar câncer de tireoide. Vale lembrar que o efeito dessa radiação é cumulativo no organismo. Ou seja, quanto mais exames desses tipos forem feitos, mais radiação ficará no organismo e maior a chance de desenvolver câncer de tireoide. O que fazer então? Não fazer exames desse tipo? Claro que evitar ajuda, mas nem sempre é possível. A boa notícia é que, no caso da mamografia, a dose de radiação que chega na glândula tireoide é menor que 1% a dose usada na mama. Essa dose tão baixa não é suficiente para causar câncer de tireoide. Além disso, existe um protetor de chumbo para a tireoide que deve ser usado por todos que fazem esse tipo de exame, exceto quando a região a ser avaliada compreende a própria tireoide. Portanto, nenhuma mulher deve deixar de fazer a mamografia por esse motivo. Ela é segura.

CIRURGIA DE GLÂNDULA TIREOIDE

PRÉ OPERATÓRIO:

Na maioria dos casos, somente uma ecografia da região cervical é necessária. Essa ecografia pode ser acompanhada de uma punção para análise das células (PAAF). A tomografia com contraste é indicada somente quando se suspeita de lesões maiores ou invasivas ao exame físico e pode auxiliar no diagnóstico de linfonodos (“ínguas”) na transição da região cervical com a região torácica. A cirurgia é realizada sob anestesia geral, necessitando, portanto, exames específicos para análise do risco anestésico de cada paciente.

TRANSOPERATÓRIO:

Além dos riscos inerentes a qualquer procedimento cirúrgico, a cirurgia da Tireoide tem seus riscos específicos.

A Glândula Tireoide é um órgão extremamente vascularizado, podendo ocorrer sangramentos no período pós-operatório imediato (primeiras 12-24 horas). Durante o procedimento cirúrgico, esse sangramento é irrisório se a cirurgia é realizada por um cirurgião especialista. O sangramento pós-operatório acontece em 1-2% dos casos, e normalmente exige reintervenção cirúrgica.

A glândula Tireoide tem uma relação anatômica posterior com os nervo laríngeo inferior e as glândulas Paratireoides. O nervo laríngeo inferior é o principal responsável pela movimentação dos músculos das cordas vocais e pode ser danificado durante essa cirurgia. Didaticamente, esse risco gira em torno de 2-3% dos casos, mas pode ser muito menor com a capacitação do cirurgião. O paciente afetado pode ficar com uma voz rouca temporária ou definitivamente.

As glândulas paratireoides ficam localizadas na face posterior da glândula tireoide, usualmente duas de cada lado. Medem aproximadamente 0,5cm e são responsáveis pela produção de um hormônio, chamado Paratormônio, o qual participa da regulação do Cálcio no sistema sanguíneo. O Cálcio é fundamental para as contrações musculares.  O procedimento cirúrgico pode levar as glândulas a um funcionamento inadequado, diminuindo o Cálcio sanguíneo (hipocalcemia), fazendo-se necessário o uso de medicações no período pós-operatório. Esse quadro acontece de forma variada na literatura, chegando até a 40% dos casos. Felizmente, na maioria dos pacientes, essa condição é transitória, com as glândulas retornando ao seu funcionamento ideal em torno de seis meses. A correção desta condição exige a reposição do cálcio pelo paciente pela forma de comprimidos tomados diariamente.

 

PÓS OPERATÓRIO:

O período pós-operatório da Cirurgia de Tireoide é bem aceito pelos pacientes. Pouca dor é esperada. A cirurgia é considerada mais delicada do que propriamente extensa. O Período de internação gira em torno de 24 horas. Atualmente, o uso de dreno após a cirurgia vem diminuindo substancialmente, mas ainda é necessário para glândulas de grande volume. A infecção da ferida operatória e o acúmulo de secreção chamado seroma não são comuns, mas podem ocorrer. É vedado ao paciente realizar exercícios físicos vigorosos pelo período de 10-14 dias. Após isso, o paciente pode retornar as suas atividades normais.

A cicatriz cirúrgica é dependente de uma série de fatores, porém é bem mais tênue do que no passado, pela diminuição do tamanho da incisão pelos cirurgiões de cabeça e pescoço. Em média é uma incisão de 4-5 cm em forma de colar na região central e inferior do pescoço. Obviamente, para glândulas maiores, a incisão tem seu tamanho aumentado. Fatores de cicatrização do paciente podem colaborar ou não com o resultado estético, tornando algumas vezes a cicatriz quase imperceptível.

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